Space Jam: Um novo legado
Ano: 2021
Gênero: Animação, Comédia
Classificação: 6
País: Estados Unidos
Plataforma: HBO-Max
Nesta sequência de Space Jam temos a continuidade do formato usado no primeiro filme, mas agora em vez do lendário Michael Jordan, temos o maior jogador de basquete da atualidade, “King” James, como é chamado no “mundo NBA”, têm a missão de interagir com os (por que não?) também lendários personagens da Looney Tunes. Na trama, a inteligência artificial da Warner Bros, sequestra o filho de LeBron James (Cedric Joe), que para resgata-lo precisa disputar uma partida de Basquete contra versões bombadas de jogadores da NBA e da WNBA.
Quando soube que haveria uma sequência de Space Jam, fiquei bastante animado, pensando na quantidade de possibilidades bacanas e surreais que daria para fazer em um universo grandioso que poderia ser explorado, afinal tínhamos um hiato de 25 anos desde o primeiro filme. Com possibilidades inesgotáveis a direção optou por um roteiro de drama familiar, mais precisamente entre pai e filho, onde Lebron não consegue apoiar seu filho e insiste que o garoto tem que treinar para ser jogador de basquete ao invés de seguir seu sonho de ser desenvolvedor de games, até ai tudo bem, apesar de clichê, isso é aceitável, e o filme se desenvolve a partir daí. Mas acreditem, são quase 30 minutos de filme para que tenhamos o primeiro personagem animado.
Para chegar lá o filho de LeBron é sequestrado por uma inteligência Artificial denominada de “AIG” interpretado por Dom Cheadle, momento em que o filme finalmente engrena, a imersão ao mundo Warner é um ponto superpositivo, aonde viajamos de Austin Powers (que loucura!) até os blockbusters como Harry Potter. Essa audácia é bastante legal, ainda mais por se tratar de desenho animado, um mundo onde não há regras e isso foi muito bem explorado. No processo de recrutamento para montagem do time chefiado por LeBron James vivemos uma incrível nostalgia do mundo Looney Tunes e passeamos por várias referências aos desenhos que marcaram a infância de uma geração inteira que viveu no final do século passado. Falando em referências, infelizmente quase não temos muitas citações sobre o primeiro filme, e a bola é levantada várias vezes para que isso aconteça, ponto que não foi aproveitado.
O que era para ser o auge do filme, acaba deixando bastante a desejar, a partida de basquete é bastante cansativa, que envolve drama fraternal (mais uma vez!), um apanhado de situações previsíveis, e agora o pior, o que realmente prejudica o filme, o cenário escolhido para o jogo é meio “dark”, a tela fica bastante escura e piora quando a torcida é incluída no cenário, a tela vira um verdadeiro carnaval, leve essa palavra “carnaval” a sério, pois a torcida representa os “easter eggs” que podemos ver nos trailers oficiais e as figurações são irrisórias, passando bem longe das que vimos em seus respectivos filmes ou animações, a torcida torna a tela bastante poluída o que dificulta bastante a visibilidade da partida.
Space Jam: Um novo Legado ficou abaixo das expectativas, mas vale destacar o bom papel desempenhado por Lebron James, que surpreende com bom carisma na interação com os personagens animados, principalmente com Pernalonga. É de muito bom grado poder rever nossos personagens favoritos em formato 2D durante boa parte do filme. Os saudosistas tiveram um prato cheio com referências do mundo Warner que também acertou com uma pitada de “humor negro” ao se autodepreciar em alguns momentos, fazendo referência a recentes polêmicas envolvendo seu nome, mas em doses certeiras.