Round 6
Título Original: Squid Game
Gênero: Ficção Cientifica, Drama, Supense
Ano: 2021
Classificação: 9
País: Coréia do Sul
Streaming: Netflix
“Round 6” mostra centenas de pessoas em condições financeiras precárias que aceitam um misterioso convite para participar de um jogo, que pode resolver seus problemas financeiros. De origem sul-coreana a série original Netflix é dividida em 9 episódios com duração média de 55 minutos.
Com elementos excêntricos ela traz um roteiro que inevitavelmente você buscará de forma comparativa referências em produções como: Jogos Vorazes, Jogos Mortais etc., mas não se engane em achar que isso será mais do mesmo. Apesar de surfar sobre um roteiro já conhecido, a série deixa sua marca ao criar um lastro incrível sobre onde irá desenvolver sua história, ainda conta com uma trilha sonora refinada, ambientes e cenários que ficarão para sempre marcados. Ao contrário do que possa parecer “Round 6” não traz violência gratuita, tudo ali está muito bem inserido dentro de um contexto que ela propõe, além de provocar questionamentos, principalmente sobre caráter, deixando mensagens ocultas e críticas sociais fantásticas muito bem desenhadas.
Como personagem principal temos o desonesto Gi-Hun (Lee Jung-Jae) um homem divorciado, afundado em divididas e que rouba dinheiro da mãe para se sustentar, tudo isso atrapalha seu relacionamento com sua pequena filha. Rapidamente a série já começa a te dar indícios sobre qual caminho ela irá seguir, pois mesmo sendo este ser desprezível, Gi-Hun mostra ter um lado de compaixão através de pequenos atos. Oriundo do mesmo bairro de Gi-Hun, temos o seu amigo de infância Sang-Woo que é idolatrado por sua mãe e pelos seus vizinhos, pois se formou e foi morar nos Estados Unidos, segundo ela, ele se tornou um homem muito bem-sucedido.
Inacreditavelmente Gi-Hun encontra Sang-Woo dentro do jogo, que aparentemente poderá ser seu aliado. A partir daí “Round 6” se desenrola em um ritmo alucinante, e também explora uma linha bem bacana, indo um pouco adentro da história dos personagens principais, nos ajudando a criar um vínculo com a série. Já dentro do jogo, a trama foca bastante em como as pessoas reagem em situações extremas, já que de cara eles são apresentados ao primeiro jogo e se dão conta de que perder, significa o fim da vida.
“Round 6” reúne todos os elementos para te fazer maratonar, mexe bastante com o psicológico e inevitavelmente você se pegará refletindo sobre os acontecimentos presentes ali. A forma como a série contrasta cenários infantis com jogos brutais é brilhante, o trabalho visual é incrível e cria uma atmosfera hostil, recheado de angústia e tensão, clima esse criado com ajuda da narração das regras dos jogos, que são extremamente serenas. Some tudo isso as pistas que a série deixa pelo caminho e faz você ir ligando os fatos durante o decorrer dos episódios.
Mais uma vez as produções asiáticas dão uma tapa de mão aberta em quem ainda resiste de alguma forma a quão avançados eles estão em trabalhos sejam cinematográficos ou mesmo com seriados. Importante ressaltar que “Round 6” aproveita cada minuto que tem para desenvolver sua história, tudo que é mostrado tem sua devida importância, as atuações estão bem maduras, cada vez mais afastando aquela identidade presente em trabalhos mais antigos onde as atuações eram demasiadamente caricatas.
Interessante observar como “Round 6” consegue também buscar referências dentro de sua própria história, algo que só é possível quando se tem uma trama bem desenvolvida. Ao final a série é quase impecável e justifica um sucesso merecido. Deixa-se até um espaço para uma continuação, algo que considero desnecessário para que não se perca nas mazelas de sequências sem sentido como outras produções citadas. Ela finaliza muito bem, já que separa uma boa minutagem para nos fazer entender o porquê de tudo aquilo. Até o momento desta publicação a Netflix ainda não confirmou oficialmente uma segunda temporada.