O Artista
Título Original: The Artist
Gênero: Drama, Romance
Ano: 2011
Classificação: 10
País: França, Estados Unidos
Streaming: Amazon Prime
George Valentim (Jean Dujardin) é uma estrela do cinema mudo no fim da década de 1920, o surgimento do cinema sonoro se torna um desafio para que George continue no topo do estrelato. Ele conhece a jovem dançarina Peppy Miller (Bérénice Bejo) a quem dá oportunidade. Ela começa a ganhar fama e se torna a grande estrela do novo cinema.
Um filme que traz de volta todo o charme presente nos primeiros anos do cinema, uma obra ousada e que traça um paralelo entre uma grande estrela em decadência e uma jovem em ascensão na Hollywood dos anos 20 do século passado. Como background temos um pequeno recorte entre o auge do cinema mudo e o surgimento do cinema falado. Uma viagem sensível e emocionante pelo momento que mudou a história do cinema.
Existem algumas tecnologias que podem mudar completamente o futuro de um setor, e poucas mudanças foram tão impactantes para uma indústria como e inserção do som as produções cinematográficas, o que pode ter pegado muita gente de surpresa no ano de 1928. O filme mostra com maestria uma estrela do cinema mudo, que de forma orgulhosa não aceitou essa mudança e nem sequer deu uma chance para o novo jeito de se fazer cinema. Essa nostálgica obra lhe rendeu 10 indicações a cerimônia do Oscar de 2012, tendo levado para casa ao todo 5 estatuetas, entre elas a de melhor filme, melhor diretor para Michel Hazanavicius e melhor ator para Jean Dujardin. Foi também o primeiro filme (quase) mudo a vencer o Oscar desde “Asas” em 1929 quando houve a primeira edição do prêmio.
Como falado anteriormente “O Artista” é um filme ousado, levando em consideração que vivemos o milênio dos grandes efeitos especiais e toda tecnologia envolvida nas grandes produções que são lançadas aos montes nestes tempos modernos, a brilhante ideia aqui é mostrar como foi impactante essa mudança tão abrupta para a indústria cinematográfica e o diretor vencedor do Oscar nos presenteia com uma obra que não só fala sobre tal momento, mas dá vida novamente ao cinema mudo, sendo brilhantemente filmado em preto e branco.
Inegavelmente o filme causa uma estranheza repentina ao telespectador, sentimento que logo dá lugar a outro, a curiosidade sobre o desenrolar da história é inevitável, além disso a dupla protagonista da um verdadeiro show de atuação e consegue nos passar toda a emoção presente em cada cena, com certeza você já deve ter visto por aí como o cinema era feito, com aquelas frases que preenchiam toda tela após uma “fala” de um dos atores, e isso também é reproduzido em “O Artista”. Mas ao terminar o filme, você fica com a estranha sensação de que houveram diálogos, atribuo esse mérito mais uma vez a Jean Dujardin e Bérénice Bejo que conseguem passar emoção a cada cena feita. O elenco ainda conta com dois coadjuvantes de luxo, John Goodman que interpreta de forma sensacional o dono da Kinography a produtora de filmes e James Cromwell que interpreta Clifton o mordomo de George Valentim.
No eterno conflito entre o velho e o novo quem saiu vencedor fomos nós, que podemos ver um filme sendo filmado a moda antiga nos dias de hoje, e que mostrou ser uma escolha acertada. Podemos sentir um clamor profundo de respeito ao que passou e uma brecha reflexiva ao que possa surgir de novo. O filme emociona e faz jus à alcunha que o cinema ganhou: “A Sétima Arte”.