Milagre na Cela 7
Título Original: 7. Koğuştaki Mucize
Gênero: Drama
Ano: 2019
Classificação: 9
País: Turquia
Plataforma: Netflix, Globoplay
Um homem com deficiência mental é acusado de assassinar a pequena filha de um Comandante Oficial durante o golpe militar na Turquia da década de 80. Ele acaba preso e é recebido com ódio na prisão devido a grave acusação, ele gradativamente vai mudando a opinião de todos a sua volta com a sua visível condição. Ele precisa provar sua inocência já que recebera a pena de morte.
“Milagre na Cela 7” é uma adaptação do filme coreano de mesmo nome que ganhou repercussão mundial ao entrar no catálogo da Netflix. Aqui no Brasil foi um dos filmes mais vistos e amplamente divulgado nas redes sociais. Todos os números expressivos alcançados pela obra de origem turca são reflexo da comoção que o filme causa. A triste história de Memo (Aras Bulut) apesar do que possa parecer devido a sua história extremamente tocante não é baseada em fatos reais
Memo é um homem que vive em uma vila com sua avó e sua filha na costa da Turquia. Ele sofre de deficiência mental, sua vida foi drasticamente impactada após presenciar uma tragédia, uma menininha cai de um penhasco enquanto brincava com ele e ao tentar salvá-la ele acaba sendo acusado de ter matado a garotinha. O filme traça um paralelo entre a vida de Memo e o caos político que o pais vive, a trama é muito bem construída e culmina no acontecimento que faz o filme desenvolver seu roteiro.
O longa descarrega uma carga emocional muito grande em cima do telespectador, fazia tempo que não ficava tão impactado com uma história tão dramática. Muitos fatores colaboram para que sejamos tocados pela trama, sua condição de deficiência por si só já nos comove desde o início e isso atrelado ao beco sem saída onde ele se encontra são suficientes para lhe deixar com o coração na mão. Bem, como se não fosse o bastante a relação com sua filhinha “Ova” (Nisa Sofiya) é de dilacerar o coração, a menina consegue dar um tom lindíssimo para a trama com toda a sua inocência e complacência com a situação de seu pai.
É de se entender que o filme conte como a menina foi concebida, mas faltou dar um pouco mais de detalhes sobre essa questão, já que Memo parece ser bem inocente. Com mais de duas horas de duração o filme poderia ter se aprofundado um pouco mais na história do nosso protagonista antes dos acontecimentos provenientes. Ao invés o filme dá um bom espaço para o desenvolvimento de sua relação com os demais presos em sua cela. Lá na “Cela 7” somos apresentados a ótimos personagens, principalmente Askorozlu (Ilker Askum) talvez o melhor amigo de cela de Memo.
O cinema turco pouco divulgado por aqui, surpreende positivamente com essa bela obra. O amargor e dureza vivida pelos homens naquela cela são despidas através da simpatia e inocência de Memo, as lagrimas derramadas por eles, se juntam as nossas em um filme que certamente marcará a sua memória.