Ferida

Título Original: Bruised
Gênero: Drama, Biografia
Ano: 2021
Classificação: 6
País: Estados Unidos
Plataforma: Netflix

Halle Berry estrela e dirige o longa que conta a história de Jack ”Justice” uma ex-lutadora em decadência do UFC, maior evento de artes marciais do mundo. Anos antes ela abandonou uma luta pela metade, desde então nunca mais retornou ao octógono. Após o reaparecimento de Manny (Danny Boyd Jr.) em sua vida, ela tem uma nova oportunidade de retomar a carreira e ser uma mãe melhor para o seu filho.

O longa apresenta Halle Berry estreando na posição de diretora. Com uma história notadamente voltada para um forte apelo sentimental o filme acaba por se destacar mais pelas atuações individuais do que a história em sim, que se estende demais e é recheada de momentos clichês de filmes do gênero.

Jack Justice leva uma vida em estado crítico, com uso excessivo de álcool e sob um relacionamento tóxico e abusivo com Desi (Adan Canto), um fracassado empresário que assumiu a sua carreira decadente. O filme traz como foco principal o retrato de uma mulher fragilizada e sem autoestima para se reerguer, quando então o seu filho de 6 anos que ela havia abandonando de um relacionamento anterior reaparece. Esse momento é o gatilho de transformação onde Jack passa a entrar de cabeça na oportunidade que aparecera para ela.

É perceptível como a forma que o filme é filmado tenta nos inserir no campo de visão em primeira pessoa, uma visível preocupação de dar ao telespectador um envolvimento maior com os acontecimentos dramáticos que se desenrolam durante a história. Apesar de atributos comoventes o filme não tem um grande sucesso em causar uma grande emoção, eu atribuiria esse problema a sua lentidão na sequência dos acontecimentos mais graves.

A trama favorece demais as belas atuações de todo elenco presente no filme, destacando fortemente aqui a própria Halle Berry que surpreende nas cenas de treinamento e de luta, mostrando conforto com a sua personagem e até mesmo grande aptidão dentro do octógono. Outra excelente atuação é da mãe de Jack, interpretada muito bem pela experiente Adriane Lenox, e claro Sheila Atim que dá um show como a compreensiva e exigente treinadora. Vale ressaltar também que Halle divide o ringue na luta com a lutadora profissional do UFC, Valentina Shevchenko, as cenas são muito bem-feitas e trazem um grande realismo para esse trecho do filme.

Em um filme com uma proposta voltada para o drama, nos encaminhamos para um ponto de reflexão sobre temas importantes, porém o longa não consegue de fato causar comoção, mas gera uma boa empatia com a história de “Justice” nos levando a torcer para que sua vida dê uma reviravolta e que ela consiga vencer seus próprios demônios e prover uma vida melhor para seu filho. Não espere se impressionar com algo novo, pois como dito o filme tem acontecimentos bem clichês que nos acostumamos a ver em outros filmes de luta e não faz a menor questão de esconder isso.