Caminhos da Memória

Título Original: Reminiscence
Gênero: Suspense
Ano: 2021
Classificação: 5
País: Estados Unidos
Streaming: HBO-Max

Hugh Jackman vive o personagem Nick Bannister que é um investigador de memórias, ao lado da sua fiel escudeira Emilly Watts (Thandiwe Newton), ele navega através do passado de seus clientes que buscam reviver suas memórias mais afetivas, em sua maioria com entes queridos que já se foram, sua vida muda completamente quando ele aceita atender Mae (Rebecca Fergunson), uma cliente inesperada que busca encontrar uma chave perdida.

Como um dos atrativos do filme, ele se passa em um cenário interessante, tendo como pano de fundo uma Miami em um futuro distópico, onde foi quase que totalmente submersa devido aos severos efeitos do aquecimento global. Um conflito pessoal entre ele e essa cliente misteriosa dão a tônica da história.

Tinha bastante expectativa em assistir Caminhos da Memória, recheado de pré-requisitos para um filme de sucesso, tais eles como um elenco de qualidade tendo como grande estrela Hugh Jackman, um cenário futurístico, máquinas capazes de recuperar memórias e além disso dar imagem a elas e uma fotografia bem legal, mas durante a experiência de assistir ao filme, você se sente desconfortável antes mesmo de sua metade, se questionado o porquê de não estar curtindo o filme mesmo que todos os ingredientes para um “filmaço” estejam ali.

O filme traz a estreante roteirista e diretora Lisa Joy que foi cocriadora da série de sucesso Westworld, talvez a inexperiência possa ter levado ela a seguir um caminho onde pouco explorou suas ideias iniciais em um contexto rico, o que torna o filme bastante monótono em vários momentos, com tantos elementos a serem explorados a trama acaba seguindo a linha de um detetive particular em busca da verdade sobre uma possível conspiração onde envolve o desaparecimento de seu grande amor. O que não haveria nada de errado, mas quando se tem elementos tão provocantes, se espera mais. Em meio a isso temos a dupla Nick e Emilly Watts, que a todo momento fica nítido o esforço da diretora em criar uma empatia entre os dois, mas que não consegue de forma efetiva despertar no telespectador laços afetivos realmente fortes capazes de emocionar e nos envolver.

Como ponto positivo temos um início de filme bem promissor, onde o detetive particular Nick, nos insere de forma narrativa ao caótico momento que a humanidade vive, o que te faz ficar ainda mais na expectativa sobre o que vem a seguir, mas construir uma história que se passa no futuro e desenvolver ela de forma extremamente lenta é bem desafiador e quando o filme tenta te reascender novamente parece um pouco tarde demais, as cenas de ação são até bem legais, mas tardias, esse contraponto parecia ser a ideia de não deixar o filme esmorecer a ponto de ficar entediante.

Entre erros e acertos, Caminhos da Memória tinha muito a propor, onde abriu uma gama de possibilidades, mas preferiu ir por um caminho mais trivial, ou seja, não era preciso criar tantas provocações ao telespectador para entregar um roteiro recheados de loopings e reviravoltas desnecessárias. Por fim o longa se resume a um suspense investigativo que não é totalmente ruim, mas infelizmente não decolou.