Bar Doce Lar
Título Original: The Tender Bar
Gênero: Drama
Ano: 2022
Classificação: 8
País: Estados Unidos
Plataforma: Amazon Prime
Bar Doce Lar faz uma viagem pelas memórias do jornalista americano J.R. Moehringer que na ausência de seu pai, procurou referências em frequentadores boêmios do bar de seu tio em Long Island. O ainda menino J.R. busca criar uma personalidade própria através das mais diversas histórias que ele ouve atentamente no bar.
Com roteiro adaptado do livro “As memórias de J.R. Moehringer”, o filme é uma jornada própria de aprendizado e amadurecimento, ele tem como referência seu tio Charlie (Ben Affleck), que o guia e o ajuda a se desenvolver como homem. Um bom apelo emocional presente no filme é a amizade entre os dois, fatalmente muitas pessoas vão se identificar, já que em nossa infância acabamos tendo algum tio ou tia a quem pegamos como referência. Além disso o menino acaba absorvendo os sonhos frustrados de sua mãe, isso o força a tornar tais sonhos como objetivo de sua vida, realizá-los. Eles foram abandonados por seu pai e sua mãe vive em profunda tristeza, sentimento acentuado pelo fato de ter que voltar para casa de seus avós.
Esta produção original dos estúdios Amazon, traz em sua direção o aclamado e reconhecido ator George Clooney, que dessa vez não se arrisca em um dupla-função, neste drama ele se limita apenas a ficar por trás das câmeras. Algumas características conhecida de suas direções, seguem presentes aqui, uma que particularmente me agrada muito, é como ele consegue introduzir flashbacks rápidos em algum momento onde a história esta sendo narrada, dando um teor cômico e divertido para o longa, apesar de não atuar, ele conseguiu reunir um ótimo elenco para a trama.
É mais do mesmo dizer que Ben Affleck está mais maduro, talvez já seja a hora de admitir que ele é um dos grandes nomes do cinema atual, em Bar Doce Lar ele tem uma atuação sublime e encarna um típico tio que supostamente tem o controle de tudo, mesmo que em sua própria bolha, ensinando seu sobrinho a partir de suas próprias experiências de vida. De fato, não é um papel que exija uma mudança radical de suas características, mas até para ser simples é necessário se adequar dentro do contexto que o filme precisa. Ainda sobre atuações a serem destacadas, é tocante poder ver Christopher Lloyd abrilhantar essa história nos altos de seus 83 anos, certamente suas cenas são um bônus espetacular.
Talvez o único ponto que gere um desconforto na experiência, são os saltos temporais, isso causa um pequeno desgaste no decorrer dos acontecimentos, dando a estranha sensação de que o filme é mais longo do que realmente é, em contraponto podemos destacar a fotografia excelente que nos dá o bom sentimento de nostalgia, pode se notar que quando estamos imersos nas memórias de J.R. a tela fica predominantemente amarelada, criando um vínculo forte com o passado.
O ponto final da história é uma decisão sábia, e acredito que você possa ter a mesma sensação, com gatilhos na mesa para explorar mais detalhes sobre a história que provavelmente é descrita com mais riqueza de detalhes no livro, o longa não se arrisca em sair de um roteiro bem desenhado, já que filmes com essa narrativa cronológica tem por si só o desafio de não ser arrastado em demasia e correr o risco de perder a atenção do telespectador.