Anônimo

Nome Original: Nobody
Gênero: Ação
Ano: 2022
Classificação: 8
País: Estados Unidos
Plataforma: Amazon Prime

Crítica

Um sujeito aparentemente pacato luta diariamente contra o tédio de uma rotina nada empolgante. Em sua casa as coisas não são tão diferentes, há literalmente uma barreira entre ele e a sua esposa que os impede de terem uma relação mais próxima, até o seu filho mais velho não leva muita fé nas capacidades do pai. Esta é a vida de Hutch Mansell (Bob Odenkirk), ou pelo menos parece ser.

Um dia, Hutch tem a sua casa invadida por dois bandidos encapuzados, eles aparentam ser bandidos inexperientes, mas conseguem efetuar parcialmente o roubo. Mesmo com a oportunidade de desarmarem os bandidos, Hutch deixa-os ir, para a decepção de seu filho.

Quando a filha de Mansell desconfia que o colar de seu gatinho havia sido roubado, ele resolve ir atrás dos bandidos para tentar recuperar o colar. Mas a sua vida muda completamente quando o ônibus em que ele pega para voltar para casa é tomado por arruaceiros que acabam descobrindo que mexeram com a pessoa errada.

A partir daí descobrimos verdadeiramente quem é Hutch Mansell, uma espécie de John Wick misturado com Rambo, mas também um sujeito que estava tentando viver uma vida tranquila em família e longe de seu tenebroso passado.

“Anônimo” é um prato cheio para quem gosta de filmes de ação. O filme consegue entreter com boas cenas de ação, tiros e pancadaria e, lógico, todas aquelas “licenças poéticas” que aceitamos para poder de fato aproveitar um filme desse gênero.

Do mesmo autor da franquia John Wick (2014), o filme aposta na redenção de um cara passivo que é subjugado por seus familiares, sogro e cunhado. Ninguém leva fé naquele carinha de fala mansa e aparência frágil, mas brabo demais.

Há um misto de surpresa e até humor com a participação de David Mansell, pai do protagonista, vivido por Christopher Lloyd, e também de seu irmão Harry Mansell, interpretado por RZA. Pelo menos em minha opinião, a participação de ambos fica no limiar entre o divertido e o grotesco, já que, de forma perigosa, tenta incluir (desnecessariamente) algum alívio cômico ao filme.

Outro problema é o mal aproveitamento do vilão Yulian Kuznetsov (Aleksey Serebryakov), que em um primeiro momento é pintado como um vilão muito casca-grossa, mas que no último terço do filme dá uma sumida e não honra tanto a sua fama de mal.

De toda forma, o filme brilha no quesito entretenimento, e certamente vai fazer valer a pena os 90 minutos investidos para assisti-lo. Não sei se há uma proposta de tornar o filme uma franquia, mas sinceramente eu gostaria de ver o personagem mais uma vez.