O Nome da Morte
Nome Original: O nome da morte
Gênero: Drama, Suspense, Biografia
Ano: 2017
Classificação: 6
País: Brasil
Plataforma: Netflix
Crítica
Baseado em fatos reais, o filme conta a história de Júlio Santana (Marco Pigossi), pistoleiro que confessou quase 500 mortes enquanto matador de aluguel, passando pela sua admissão no mundo dos crimes, seu envolvimento com Maria (Fabiula Nascimento), sua futura esposa, e os altos e baixos que sua vida criminosa o proporcionou.
Dirigido pelo cineasta Henrique Goldman (Jean Charles, 2009), o filme não se preocupa em mostrar o passado de Júlio, a o invés disso, rapidamente leva o telespectador ao momento em que ele vai trabalhar com o seu tio (André Mattos), tentando uma suposta carreira como policial. Ainda assim a obra não se furta em mostrar o lado humano de Júlio: bom filho, bom marido e bom pai.
Logo no início, a trama causa choque ao telespectador, com pesadas cenas de assassinato, focando também na crise de consciência que abala o pistoleiro a cada assassinato que ele comete. No entanto, passado o choque inicial, o filme passa a tratar as mortes como algo comum, mostrando então que cada vida encomendada passou a ser apenas mais um número no caderno de anotações de Júlio.
Com grandes interpretações dos principais atores do filme, Marco Pigossi, Fabiula Nascimento e André Mattos, o longa retrata uma dura realidade da impunidade que reina no Brasil, principalmente em locais mais ermos, e também o quão pode ser fútil o motivo que condena a pessoa à sua sentença de morte. Ainda questiona a justiça em suas cenas finais, já que o assassino, mesmo confessando 492 crimes, ficou preso apenas um dia em toda a sua jornada de crimes.
De um modo geral, penso que o filme poderia ter explorado um pouco mais a história do matador de aluguel, alguns saltos temporais são muito longos, levando ao telespectador supor quais transformações ocorreram na vida do protagonista durante aquele intervalo de tempo. Além disso, carece também de diálogos mais profundos, ao invés disso, o filme trabalha muito com a fotografia e com as expressões faciais dos atores, o que certamente tem a ver com a boa direção de Henrique Goldman.
O principal objetivo do filme é contar a história de uma longa sequência de crimes desconhecida por boa parte da população, e nesse ponto o filme consegue êxito. Vale a pena pela forma como o filme expõe as transformações que o casal principal vivencia, principalmente a esposa, que vai da repulsa ao trabalho do marido à aceitação e deleite do dinheiro proveniente desse tenebroso ofício.