Greyhound – Na Mira do Inimigo
Título Original: Greyhound
Gênero: Guerra, Drama
Ano: 2020
Classificação: 6
País: Estados Unidos
Plataforma: Apple TV+
Crítica
O capitão Ernest Krause (Tom Hanks) está em seu primeiro comando de um destroier norte-americano. Sua missão é proteger uma frota de 37 navios aliados na temida travessia do Atlântico Norte durante a segunda guerra mundial, em um mar infestado de submarinos nazistas.
Greyhound – Na Mira do Inimigo é mais um longa que acabou prejudicado pelo momento pandêmico que vivemos e para frustração de Tom Hanks que escreveu o roteiro do filme, ele acabou sendo vendido para Apple TV e indo parar diretamente no streaming, segundo o ator a obra havia sido preparada para uma experiência para sala de cinema com uma imersão nas batalhas navais que ocorreram na época. O saldo do trabalho é positivo, mas deixou aquele sentimento que a riquíssima premissa poderia ter sido mais bem aproveitada.
Baseado no romance de Cessil Forester de 1955 “The Good Shepperd”, Greyhound é uma obra fictícia adaptada para o cinema. Porém é possível ver a presença de vários acontecimentos relatados na história real dos confrontos marítimos que houveram nessa época. O Capitão Krause tem como sua primeira missão a tarefa difícil de fazer a travessia onde muitos navios já haviam sido naufragados pelo exército nazista. Mesmo com sua inexperiência para tomar decisões que poderiam ser fatais, ele compartilha de ótimo prestigio frente aos seus comandados.
É neste momento que entramos em um ponto negativo do filme, já que o roteiro prestigia unicamente o personagem de Tom Hanks, não explorando coadjuvantes com enorme potencial como o Oficial da Marinha Charlie Cole (Stephen Graham) que em vários momentos aparece com importância, mas não é devidamente apresentado. Ainda neste quesito podemos citar o drama romântico em que o Capitão Krause vive, onde não nos convence nenhum pouco e não causa impacto nenhum a história, algo que poderia ser totalmente descartável, já que o filme caminha para apelo emocional de um capitão inexperiente a frente de uma enorme frota.
Um dos fatores que também geram desapontamento é o fato de estarmos acostumados a ver obras que abordam a segunda guerra mundial com profundidade e riqueza de personagens, que exploram verdadeiramente o potencial de cada um dentro da história. Além disso, o tema te fornece uma gama de possibilidades onde você pode desenvolver um roteiro mais bem elaborado. Ainda sim o filme explora muito bem a tensão criada com o iminente embate que estar por vir com os inimigos nazistas. O confronto é muito bem abordado dentro da trama, com ótimas cenas de ação e com ataques muito convincentes. Isso com certeza impactou no gigantesco orçamento de 50 milhões de dólares que o filme custou. Em meio a todas as batalhas ainda há expectativa de que uma ajuda aérea chegue para escoltar a frota aliada ao seu destino final em Liverpool na Inglaterra.
É bem verdade que o filme careça de riqueza em seu roteiro e decepcione em parte sobre um tema que causa boa expectativa para quem gosta de filmes do gênero. Os confrontos em mar, os efeitos especiais, além da grande atuação de Tom Hanks acabam por salvar esta obra, que não entrega o esperado, mas vale a pena conferir.