Mãe
Título Original: Mother!
Gênero: Terror
Ano: 2017
Classificação: 8
País: Estados Unidos
Plataforma: Netflix
Ele (Javier Bardem) vive um escritor que busca inspiração para escrever seus poemas que o tornaram famoso. Ele vive em uma imensa casa no campo com sua jovem esposa Mãe (Jennifer Lawrance) que se dedica a reconstrução da casa que fora devastada por um terrível incêndio. Seu relacionamento é posto à prova quando o casal começa a receber visitantes inesperados.
“Mãe” se notabilizou por ser um filme que dividiu opiniões em seu lançamento, o ponto de discórdia acontece pelo fato de ele ser completamente metafórico conforme dito pelo próprio diretor. Nota-se que por se tratar de uma alusão metafórica, pode ser complexo quando assisti-lo pela primeira vez. Esta bela obra do diretor Darren Aronofsky consegue ser arrojada o suficiente para bugar nossa mente, o que com certeza mexeu como o público em geral entrando naquela linha de “ame ou odeie”.
A proposta do diretor foi criar uma analogia bíblica algo que começa a fazer todo o sentido quando uma sequência de fatos começa a dar a tônica de qual direção irá seguir. O filme traça também um paralelo da forma desrespeitosa que o homem trata a natureza, podendo ser estendido em uma interpretação de relacionamento entre homem e mulher. Quando temos a informação do que o longa pretende abordar, todos os acontecimentos começam a fazer sentido, e o que parecia ser pé nem cabeça, transforma-se em uma história simples contada de uma forma diferente, esse talvez seja uma das principais qualidades do diretor que busca em temáticas analógicas uma construção complexa, mas que quando decifrada se torna uma história simples.
Quando a personagem de Jennifer Lawrance está em ação, quase sempre suas tomadas são em 1º pessoa, o que torna o filme bem angustiante e gerando bastante tensão, esse artefato utilizado pelo diretor tira completamente nosso campo de visão, causando essa sensação de aflição já que não sabemos o que esperar na sequência. O controverso filme lembra em alguns momentos o clássico “Bebê de Rosemary”, principalmente nos momentos em que a personagem principal está sendo ignorada pelo marido sem bem entender o que está acontecendo em sua casa.
O filme reúne um excelente elenco e conta com uma incrível atuação de Jennifer Lawrence que merecia melhor reconhecimento pela sua excelente atuação no longa. Javier Bardem dá um show como coadjuvante e não seria nenhum absurdo se ele recebesse também ao menos uma indicação para concorrer a prêmios mais importantes. Completam o elenco principal de forma luxuosa Michelle Pfeiffer e Ed Harris.
Apesar de gerar controvérsia em sua volta, o filme que chegou até mesmo a ser vaiado no importante festival de Veneza, aos poucos vêm ganhando aceitação por críticos e amantes do cinema, inclusive com bastante relevância no público cult já que gera bastante discussão e teorias diversas a acontecimentos que ocorrem no seu decorrer. Por fim “Mãe” é um terror psicológico muito bem trabalhado e com uma proposta bem ousada, em certo momento torna-se um pouco repetitivo e cansativo, mas consegue voltar aos trilhos e terminar de forma excelente.