O Culpado
Título Original: The Guilty
Gênero: Suspense, Policial
Ano: 2021
Classificação: 6
País: Estados Unidos
Plataforma: Netflix
Policial recebe como correção disciplinar a tarefa de atender chamadas de emergências, mas acaba se envolvendo com uma chamada em especial que acaba comprometendo o seu alicerce que ainda permite que eles mantenha os seus pés no chão.
Enquanto pensa na vida e na investigação sobre um crime que cometeu, Joe Bayler (Jake Gyllenhaal) passa o dia atendendo chamadas telefônicas feitas para o 911. Os dias são tediosos, o que o torna mais amargo, intolerante e impaciente. Porém, uma ligação em especial está prestes a transformar o seu trabalho em um verdadeiro jogo de investigação, onde supostamente uma mulher foi sequestrada.
Disposto a impedir que o crime tome proporções ainda maiores, Joe se envolve profundamente com o caso, e enquanto ele descobre as amarras que envolvem a burocracia do ofício, sua personalidade vai ficando cada vez mais exposta, mostrando que o policial tem pavio curto e pouca inteligência emocional para cuidar de certas situações.
“O Culpado” é na verdade um remake de “Culpa” (2018), filme dinamarquês que recebeu indicações para diversos prêmios importantes, chegando a vencer alguns. Jake Gyllenhaal assume a atuação quase solitária do filme, mas o filme peca pela monotonia, e ainda não consegue obter êxito na função principal que seria a de deixar o espectador roendo as unhas enquanto aguarda pelo seu desfecho.
Ainda que o filme se enquadre na categoria de “filmes de 90 minutos”, o tempo parece esticar enquanto se assiste o filme, além disso, o plot principal é rapidamente descoberto por aqueles telespectadores mais atentos nos fatos postos ao longo da trama.
Nem mesmo Jake e seu irrevogável talento conseguem manter um interesse constante nessa produção. Talvez o fato da obra se passar praticamente em um único cenário canse o espectador, some-se a isso o fato do filme ter sido produzido em míseros 11 dias, durante o período da Pandemia, com poucos recursos e locações limitadas, o que compromete o resultado final e impede que o protagonista salve a produção.
Como ponto positivo, não há como negar a qualidade do roteiro, a história em si, apesar de mal conduzida, é muito boa. Ela reúne alguns elementos chocantes como violência doméstica, sequestro, entre outros pontos que não posso citar aqui para não estragar a experiência de quem ainda não assistiu o filme. Com direção de Antoine Fuqua (“Dia de Treinamento”, 2001), o filme é apenas ok, mas pode garantir um bom divertimento em um curto prazo.
Há muito se comenta que o cidadão americano tem problemas com filmes legendados, e me parece que essa seja a única justificativa para o investimento em um remake de um filme tão recente. Essa onda não parece abrandar nem tão cedo, já que fontes apontam que o também dinamarquês “Druk – Mais Uma Rodada” (2021), será o próximo filme a ganhar um remake americano.