A Hora Mais Escura
Ano: 2012
Gênero: Guerra, Drama, Biográfico
Classificação: 7
País: Estados Unidos
Plataforma: Netflix
Lançado onze anos após os atentados de 11/09, este filme retrata a busca dos Estados Unidos por Osama Bin Laden, líder da Al Qaeda e responsável pelo ataque terrorista que vitimou mais de 3000 pessoas, marcando uma das datas mais tristes da história.
Dirigido por Kathryn Bigelow, que já havia dirigido Guerra ao Terror (2008), o filme perpassa a longa e difícil operação na caçada por Osama, destacando o quão difícil foi encontra-lo em um cenário de pistas falsas e novos atentados que continuaram acontecendo desde a fatídica data.
Com grande elenco o filme toca em assuntos delicados como o sexismo dentro das forças armadas, como pode ser visto na baixa confiança delegada à Maya, interpretada de forma brilhante pela atriz Jessica Chastain, que era deixada de lado mesmo quando apresentava pistas importantes sobre o paradeiro do terrorista. Vale destacar que a sua interpretação foi premiada com o Globo de Ouro de melhor atriz.
Na primeira metade do filme há outro importante assunto em pauta: os interrogatórios baseados na tortura. Nesse momento temos Jason Clark que interpreta o militar Dan como o principal artífice nesse quesito, a sua atuação está incrível ao ponto dele ficar irreconhecível neste papel, onde ele pode ser visto como frio e calculista.
Sem muito poder contra os militares dos EUA, não há combates diretos por parte dos terroristas, então as cenas dos atentados são as mais impactantes, principalmente por serem praticadas de surpresa, contra pessoas que não tiveram chance de se defender.
A operação final é, sem dúvida, o momento de maior tensão do filme. Pois acompanha soldados até então descrentes, um deles é Justin (Chris Pratt), com a missão de atacar a suposta fortaleza onde Bin Laden se encontra escondido, sem serem percebidos pelos militares do Paquistão, e ainda causando surpresa nos habitantes da fortaleza.
Há algum embate logo sufocado pelos militares americanos, mas tudo isso com a tensão que a operação suscita, em meio a mulheres e crianças. Lembro-me de ter lido sobre a operação final há alguns anos e considero que o filme retratou a missão de forma bem fiel aos relatos que li na época.
Cabe elogiar a forma como a diretora retrata a finalização da operação, sem sensacionalismo, sem querer dar um rosto ao terrorista mor e, principalmente, na forma relativamente simples em que Osama é morto.
O filme se preocupa sempre em flagrar os sentimentos dos principais personagens, muitas vezes sem qualquer diálogo, como pode ser visto na brilhante cena que encerra o filme. E isso certamente conta muitos pontos para este filme.
Com cerca de duas horas e quarenta minutos, A Hora Mais Escura é o retrato definitivo da gestão e conclusão bem sucedida da operação que vitimou um dos homens mais odiados dos Estados Unidos. Um registro histórico em forma de filme.